Difícil saber por onde iniciar este texto. Foram 2 anos e meio desde que escrevi o último post falando sobre a readaptação ao Brasil depois de nossa volta ao mundo. E que período movimentado!
Quem acompanhou nossa história sabe que foram muitos anos de luta tentando ter filhos, até o momento em que decidimos deixar tudo para trás e sair para o nosso período sabático.
Voltei da viagem grávida e nossa filha Marina, gerada do outro lado do mundo, nasceu forte e com saúde. E mal eu havia voltado a trabalhar, a surpresa: grávida de novo! Foi tanta alegria de estar recebendo esta benção que às vezes tinha que me beliscar para acreditar que era verdade. Helena nasceu bem e completou a família.
Mas a chegada da maternidade trouxe ainda mais questionamentos. Depois de tantas dificuldades para ter minhas filhas eu ia ficar longe delas para trabalhar freneticamente dentro do escritório de grandes empresas de bens de consumo? Esta havia sido minha rotina nos últimos 20 anos, mas não fazia mais sentido para mim.
Muitas horas do nosso dia são dedicadas ao trabalho e eu queria usá-las com algo que tivesse um propósito e que fizesse meus olhos brilharem.
Aos poucos as coisas foram clareando. Viajar é minha paixão e de viagens posso dizer que entendo um pouco. Já estive em 48 países. Dormi em hotéis 5 estrelas, albergues, barracas no meio do nada e sacos de dormir em piso batido. Fiquei de pé para cima em praias paradisíacas, visitei templos sagrados, explorei cidades, museus, ruínas e shoppings. Caminhei por milhares de km em muitos trekkings, mergulhei em diferentes oceanos. Me espremi na classe econômica em longos e intermináveis vôos, mas sei o que é tomar um banho em um vôo de primeira classe. Passei horas e horas apertada em trens lotados, mas atravessei países no conforto de um carro alugado. Visitei lugares miseráveis e lugares exuberantes, vesti uma burca e fiz topless, rezei para Deuses conhecidos e desconhecidos.
Mas, o mais importante de tudo, conheci pessoas incríveis e descobri que a maior riqueza de qualquer viagem é a troca que ela permite. Viajar é se abrir, se renovar, é preencher a alma. É ver ao vivo e tirar nossas próprias conclusões. É voltar para casa diferente do que saímos.
Concluí que quero inspirar as pessoas a viajarem mais, para que saiam de sua zona de conforto. Para que ampliem seus horizontes e abram seus corações. Para que vejam que somos todos iguais, que temos todos os mesmos questionamentos e a mesma busca pela felicidade.
Acredito verdadeiramente que todos temos uma missão nesta vida e se eu puder, com meu trabalho, ajudar os outros a viajar mais e expandir sua consciência acho que estarei cumprindo uma parte da minha.
Aqui recomeço. A partir de hoje o blog volta a ficar ativo e em breve terei novidades. Tenho muitas histórias para compartilhar das minhas andanças por este mundo.
Por hora só o que desejo: mais viagens para vocês!