Já aprendi que 14 dias são mais do que suficientes para a gente se apaixonar pelas crianças. Aqui não foi diferente. São todos maravilhosos, cheios de energia, carentes e muito envolventes. Como são muitos e com nomes extremamente complicados nós demos apelidos para os que ficamos mais próximos, dos quais nunca vou esquecer!
Meu filho
Um menino de quatro anos que me adotou. Passava todo o tempo no meu colo, ficava brincando horas comigo e nunca cansava de suas duas brincadeiras prediletas: eu jogar ele pra cima e pegar perto do chão e fazer ele dar cambalhota no ar. Ele me via e vinha correndo com os braços abertos, brigava com os outros pra ficar no meu colo e ficava passando a mão na minha barba e na minha cabeça. Como era gostoso ouvir as gargalhadas dele! Vou sentir muito a sua falta.
Covinhas
Um sorriso delicioso, de fazer qualquer um querer pegar no colo e apertar. Com um ano e meio era um dos mais indefesos e os maiores viviam batendo nele. Adorava ficar no colo da Mila e sempre vinha em nossa direção com os bracinhos abertos pedindo para pegarmos ele. A Mila até conseguiu ensinar pra ele pedir quando queria ir ao banheiro, mas às vezes não dava tempo e eu consegui ser premiado com um “bom” xixi no colo!
Pinguim
Uma figura. Com pouco mais de um ano, parecia um pinguim bêbado andando. Adorava testar na gente a força dos oito dentinhos que tinha na boca! Sempre que o pegávamos no colo, ele ria, olhava para gente com cara de pilantra e tentava tascar uma dentada. Como quase sempre estávamos espertos, ele não conseguia, mas às vezes nos pegava de surpresa e doía muito! Pior era que ele mordia, ria e olhava pra gente com cara de quem não tinha feito nada.
O capetinha
Um moleque de dois anos e meio, com as pernas tortas que parecia ter acabado de descer de um cavalo e que tinha o dom de arrumar encrenca. Ele passava o dia procurando coisas erradas para fazer: subia em todos os lugares, pegava tudo que não podia, tentava roubar comida dos outros, se enfiava dentro dos cestos e adorava quando eu ficava jogando ele para cima e para baixo. Era ligado no 220V e só parava quando caía e se machucava. Mas era uma figurinha.
Tristonho
Esse menino de quatro anos vivia nos cantos da casa, todos batiam nele e ele praticamente não falava. No primeiro dia a Mila tentou brincar com ele mas nada o tirava do cantinho e fazia com que parasse de chorar. Só depois de uns dias conseguimos ganhar sua confiança, mas era muito difícil ganhar um sorriso, ele vivia triste. Nossa alegria foi quando ele pediu colo pela primeira vez, que delícia! Depois disto ele sempre vinha sentar ao nosso lado quando chegávamos.
Modelo
Com cinco anos, nunca vi gostar tanto de uma foto. Ele não podia ver a máquina que já fazia pose e abraçava os outros para tirarmos fotos. Vivia batendo altos papos com a gente, só que ele só falava vietnamita, ou seja, não entendíamos nada.
O japinha
Um neném de 7 meses que está vivendo no orfanato junto com a mãe. Ela não tinha como cuidar da criança sozinha então veio para cá e, em troca de casa e comida, trabalha cuidando das demais crianças. Ele era o mais novo e como ela tinha várias outras coisas para fazer, vivia deixando o filho aos nossos cuidados. Lógico que nós curtimos muito ficar com ele no colo. A brincadeira que ele mais gostava era arremessar as coisas no chão e chorar para que um de nós dois pegasse para ele.
A capetinha
Uma menina de quatro anos que era “endiabrada”, nem os meninos brigavam com ela porque acabavam apanhando. Formava o trio “parada dura” com outras duas figurinhas (a japinha e a meiguinha). Depois que comecei a brincar de rodá-las no ar e colocá-las de ponta cabeça não precisei mais de academia, vivia com três penduradas em mim.
A japinha
Ficava no meu colo até a capetinha chegar e começar a bater nela para sair. Ela também adorava o colo da Mila, só que aí tinha que brigar com a meiguinha. Era uma gracinha, super carinhosa.
Meiguinha:
Essa adotou a Mila. Vivia no colo dela, brincando e abraçando. A maior diversão dela foi quando a Mila a ensinou a escovar os dentes. Eles não tem o hábito de escovar três vezes ao dia e os dentes são bem estragados. Mas pelo menos essa a Mila salvou, porque depois de ganhar escova e pasta ela guardava com muito carinho e pedia pra escovar os dentes umas cinco vezes ao dia. Para completar ela tinha uma risada deliciosa e vivia fazendo carinho na Mila.
Boneca
Uma menininha de menos de dois anos, que ainda andava cambaleando e era a bonequinha de todos, que viviam carregando ela no colo o tempo todo. Lógico que virou nossa boneca também, era muito gostoso brincar com ela e ouvir as gargalhadas de alegria.
Princesa
Uma menina de dois anos e meio. Um rosto lindo, com traços de bebê modelo. Era a favorita da dona do orfanato e também era bem casca grossa, ninguém mexia com ela que tomava mordida e beliscão. Essa vai dar trabalho.
Esses são apenas doze dos 60 que estavam no orfanato quando saímos (chegaram dois novos no final) e foram os que mais nos aproximamos, talvez porque fossem os menores, não estivessem na escola e por isso passavam o tempo todo no orfanato, ou seja brincávamos com eles o dia todo. Vamos sentir muita falta deles, se a gente pudesse levaria pelo menos um seis embora para o Brasil, pena que as coisas não são tão simples.
Olá Danilo!!
Adorei o seu blog.
Tenho uma pergunta: vc sabe como funciona para brasileiros adotarem no Vietnã? Será que o Brasil tem algum acordo nesse sentido?
Meu sonho é adotar uma criança, ainda mais do outro lado do mundo onde tantas vivem em condições precarias, mas quando olho sobre adoçoes em outros países, eu só vejo sites americanos falando da adoção dos EUA pra outros países. Como vc esteve por lá, será que vc saberia me responder?
Grande abraço!!
Oi Jéssica.
Que bom que você gostou do blog e melhor ainda a sua vontade de adotar uma criança, com certeza existem muitas precisando encontrar uma família.
Quando voltamos da viagem também procuramos informações sobre adoção internacional e não conseguimos achar muita coisa, na verdade o pouco que descobrimos mostrou ser bastante complicado uma vez que envolve aprovações e burocracia de dois governos.
Desculpe não poder ajudar muito e caso você consiga mais informações ficaríamos felizes em saber mais sobre o processo.
Abraço e boa sorte!
Danilo
Olá Danilo!
Hj estava procurando como adotar uma criança no Vietnã e achei seu blog…. me emocionei !
Sei que faz tempo que vc esteve lá, e que vc fala que quando voltou para o Brasil vc procurou sobre adoção…
Enfim, muito tempo passou e estamos em 2020, será que vc conseguiu adotar? Se sim, como vc fez?
Desde já agradeço
Olá Soraya, tudo bem? Que bom que tem esta linda vontade. Nós tivemos uma grata surpresa e tivemos duas filhas logo que voltamos da viagem. Acabamos não seguindo com a adoção. Sugiro procurar um advogado especializado para te explicar sobre o processo. Por ser uma adoção internacional precisa seguir as regras dos dois países envolvidos. Boa sorte.
ola Soraya.
sua pergunta me chamou a atenção e como pesquisei isso a um tempo vou mandar uma informação.
a adoção internacional não e indicada no brasil pois aqui existem muitas crianças em orfanatos e abrigos.
O volume de processos no sentido oposto — pedidos de brasileiros por crianças estrangeiras — é muito menor. Em 2015, houve apenas um pedido de adoção de criança estrangeira de país signatário da Convenção de Haia no estado do Rio de Janeiro, e em 2016, dois. Como comparação, em 2015 foram adotadas 23 crianças brasileiras por estrangeiros no Rio, e oito no ano passado. Atualmente, há 300 pedidos de pretendentes internacionais registrados no Cadastro Nacional de Adoção.
Os brasileiros interessados em adotar no exterior precisam, num primeiro momento, dirigir-se à Vara da Infância mais próxima e entrar com pedido de habilitação para a adoção de criança em um determinado país.
A Vara da Infância, por sua vez, remete o processo para a Autoridade Central Brasileira (ACAF), ligada ao Ministério da Justiça. A ACAF entra, assim, em contato com o país referido, informa a pretensão de adoção e envia as documentações necessárias. O órgão aguarda o retorno das autoridades estrangeiras, e o processo não pode avançar enquanto isso não ocorrer.
Se vc ainda pensa em adocao de estrangeiro, vc pode sim conforme o Estatuto da Criança e do Adolescente. Olha esse artigo.
http://www.mmb.adv.br/noticias/242-adocao-de-crianca-estrangeira
Gostaria de saber como faço para realizar uma visita a esse orfanato.
Olá Arianny. Nós organizamos o voluntariado através da ONG GVN (Global Volunteer Network) e foi muito gratificante.
MEU SONHO É ADOTAR 2 BEBÊS CASAL NÃO PRECISA SER IRMÃOS E NEM GÊMEOS…
APENAS DOIS BEBÊS…
É UM SONHO MEU E DO MEU MARIDO