Esta semana me vi em uma frustrante situação: ter que comprar um biquíni fora do Brasil.

Nosso roteiro inclui praias e coloquei biquínis nas coisas que vou buscar em Santiago de Compostela. O que eu não contava era que ia precisar deles antes de terminar o Caminho de Santiago. Como queremos viver este período de 7 meses sem muitas regras, fizemos uma alteração no roteiro. Dividimos o Caminho em duas etapas: uma introdução de 4 dias e o restante após o período em Mallorca. Assim lá fui eu experimentar algumas opções de biquínis, para escolher um modelo para mim.

Cada cultura tem uma maneira de se relacionar com o sol e com a exposição do corpo. No Vietnã, por exemplo, a pele branca é valorizada já que o moreno de sol remete ao trabalhador rural, de classe mais baixa. As moças não tomam sol por nada e andam com chapéu, lenço na cara e até luvas no sol escaldante. Quando fomos à praia vimos várias delas cobertas de roupa, embaixo do guarda sol.

Na Arábia Saudita a religião comanda o país e as mulheres vão à praia de “burquini”, uma versão para nadar do véu e abaya que utilizam diariamente. Só de ver os diferentes modelos à venda nas lojas de lá fiquei arrepiada em pensar no calor que devem passar.

Nos países europeus o mais comum é utilizarem um biquíni com a parte de baixo bem grande para cobrir toda a bunda, mas o topless é bastante difundido. Há também opções de fio dental. Nos EUA a parte de trás dos maiôs e biquinis também é bem grande.

Tenho certeza que neste mundo existem inúmeros outros exemplos, assim como há diversidade em outros hábitos do dia a dia. Não há certo nem errado, a nossa dificuldade é sempre aceitar algo diferente do que estamos acostumados e do nosso padrão de beleza. E, já experimentando o novo, situação que será frequente nesta viagem, escolhi o meu modelo: um biquíni básico com “bundão”.

A semana foi divertida da mesma forma mas, para uma brasileira, que falta faz um biquíni brasileiro!!!