Uma das riquezas de viajar é conhecer novas culturas, entender seus rituais e aprender sobre suas crenças. Na minha viagem ao Japão conheci pela primeira vez Jizō.
Jizō, ou Ojizō-sama, é uma das divindades budistas mais queridas no Japão. Suas estátuas podem ser encontradas por todo o país: em estradas, jardins, parques, cemitérios, cruzamentos e em templos.
Jizō é o guardião das crianças, inclusive as abortadas, desencarnadas ainda pequenas (chamadas de “Mizuko” ou filhos de água) e das que ainda estão por nascer. Também é patrono das grávidas e das mulheres em trabalho de parto.
É frequentemente representado como um monge muito jovem ou mesmo criança.
No budismo, acredita-se que depois de morrer você tem que atravessar o rio Sanku para alcançar a vida após a morte. Segundo a lenda, as almas das crianças que morrem prematuramente não podem atravessar este rio, porque elas não acumularam suficientes boas ações e também causaram sofrimento a seus pais. Portanto, elas estão condenadas a orar pela compaixão de Buda e empilhar pedras nas margens do rio. Jizō resgata estas crianças escondendo-as em suas mangas.
Os pais quando perdem um filho colocam uma estatueta na porta do cemitério ou em templos. Muitas vezes vemos as estátuas enfeitadas com boinas, coletes e cachecóis, normalmente vermelhos. Como as pessoas rezam para pedir proteção às crianças e agradecer por curas, vestem as estátuas com trajes típicos de bebês. Além disso, pode-se ver brinquedos e pilhas de pedras ao lados dos pés das pequenas estátuas. As pedras servem para ajudar a encurtar a penitência da alma na margem do rio.
Jizō se apresenta em seis diferentes formas para aliviar o sofrimento dos vivos e dos mortos, cada uma associada a um dos Seis Reinos da Existência, chamados de Roku Jizō (Seis Jizō).
Por esta razão vemos muitas vezes seis estátuas de Jizo juntas, onde cada uma carrega um instrumento diferente: o cajado, a pedra da cura, o rosário budista, incenso, flores ou tem as mãos palma com palma. Em outros casos, o Jizō carrega apenas um cajado com seis anéis, que simbolizam os seis estados do desejo.
Também são considerados protetores dos viajantes, tanto em viagens físicas como espirituais.
Talvez por ter sofrido vários abortos eu me identifiquei demais com toda esta simbologia. Mas tem como não se emocionar ao ver estas milhares de estatuetas e pensar que cada uma delas representa uma criança que se foi e deixou seus pais para homenageá-la?
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Que interessante, obrigada por compartilhar
Adorei conhecer os baixinhos.
Parabéns pela pesquisa.
Vou utilizar algumas dessas informações para complementar uma crônica no jornal de minha cidade. e para um vídeo no meu canal no Youtube, onde falo sobre lendas portuguesas.
Há uma lenda de Portugal, onde resido, que envolve os Jizos e suas informações me serão úteis.
Claro, vou citar a fonte.
Se quiser depois ver onde estará a crônica, basta ir a http://www.barbacenaonline.com.br . O vídeo ficará no site informado abaixo.
Abraços.
Que legal saber que as informações te ajudaram, vou checar a crônica. Abs, Mila